Paula Roush é uma artista, curadora e educadora portuguesa, sediada em Londres. A sua prática multidisciplinar abrange fotografia, gravura, instalação, e performance, explorando temas de memória, identidade, e representação.
Roush nasceu em Lisboa, Portugal, em 1969, e cresceu durante a ditadura de António de Oliveira Salazar. Esta experiência inicial de censura e repressão política informou muito da sua prática artística, que se caracteriza por um desejo de subverter narrativas dominantes e desafiar estruturas de poder.
Roush estudou Fotografia de Belas Artes no Kent Institute of Art and Design, e completou um mestrado em Fotografia no London College of Printing. Expôs amplamente no Reino Unido e internacionalmente, incluindo no Tate Modern, no Victoria and Albert Museum, no Lisbon Photo Festival, e no Copenhagen Photo Festival.

Um dos projectos mais significativos de Roush é “Voyage around my Room”, uma série de instalações e performances que exploram a ideia da sala como um local de memória e identidade. O projecto baseia-se nos escritos do autor francês Xavier de Maistre, que escreveu um livro com o mesmo nome em 1794, no qual descreve uma viagem que fez pelo seu quarto durante um período de prisão domiciliária.
A interpretação de Roush deste conceito envolve a criação de instalações em que os visitantes são convidados a explorar a sala como um espaço físico e emocional, utilizando fotografia, som e outros elementos sensoriais para evocar memórias e associações. O projecto tem sido exposto em vários locais, incluindo o Museu Freud em Londres, o Museu MAAT em Lisboa, e a Ffotogallery em Cardiff.
Outra vertente importante do trabalho de Roush é a sua exploração dos arquivos e da política de representação. Em projectos como o “Museu da Revolução”, trabalha com material de arquivo para criar narrativas alternativas que desafiam as narrativas dominantes das histórias oficiais.
Roush é também uma educadora empenhada e ensinou em diversas instituições, incluindo o London College of Communication, a Universidade de Westminster, e a Universidade do País de Gales do Sul. A sua filosofia de ensino enfatiza a importância da experimentação e do jogo, encorajando os estudantes a assumir riscos e a explorar novas formas de trabalho.
Em geral, o trabalho de Paula Roush é caracterizado por um profundo envolvimento com questões de memória, identidade e representação, e um compromisso em desafiar narrativas dominantes e estruturas de poder. A sua prática multidisciplinar e a sua abordagem inovadora à realização de exposições estabeleceram-na como uma figura de proa na arte contemporânea.